Durante anos, em suas páginas, o Jornal de Socorro apresentava um relato de histórias maravilhosas de figuras inesquecíveis de Socorro. Eram homens e mulheres que construíram essa terra e ficaram na memória de todos por sua existência e por seus exemplos de determinação, coragem, tenacidade e espírito elevado. Nestas histórias, havia um personagem responsável por selecionar, buscar as informações e apresentar aos leitores do JS… Benedito Aparecido de Souza, “nosso” Dito Barba, é alguém que ficará sempre em nossa memória e, para voltarmos com o Arquivo Socorro, é quem que remos e devemos homenagear…

O pastor e líder Martin Luther King afirmou uma vez: “A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e de desafio”. Olhando a frase, entendemos que a medida de um ho mem pode ser julgada pelo modo como lida com a adversidade. 

Os grandes cavam fundo, resistem aos arcos e flechas e emergem, derrotados ou vitoriosos, com a cabeça erguida. Benedito Aparecido de Souza encaixa-se nesta definição. Nascido em Socorro, em 22 de outubro de 1949, era filho de Pedro Mariano de Souza e de Ana Mathias de Souza, pessoas simples, mas de uma inabalável consciência moral e de personalidade admirável. Foi neste lar, que o pequeno Dito cresceu, respirando uma educação de princípios fortes. 

De uma infância feliz, embora, difícil, Dito cresceu sempre acreditando no trabalho e na de dicação como impulsão para seu crescimento interior e exterior. Por isso, nunca recusou qualquer atividade e sempre se manteve ativo em toda a sua vida. 

Trabalhou com seu pai, na fábrica de bala e até mesmo na farmácia do saudoso Osvaldo Paiva. Ao mesmo tempo, estudou para construir um novo futuro, chegando formar-se no Magistério na Escola Estadual Narciso Pieroni. Mas foram suas atividades em órgãos públicos que o fi zeram reconhecido como pessoa excepcional. Foi funcionário da Prefeitura Municipal de Socorro, da Associação Comercial e Industrial de Socorro, do Cartório Eleitoral, do Fórum de Socorro e do Juizado Especial Cível, onde exerceu o cargo de escrevente-chefe, até se aposentar. Foi uma vida laboriosa e sempre atuando com imparcialidade e ca rinho com a população, além de seu habitual sorriso e alegria. 

Mesmo aposentado, voltou a exercer cargos administrativos na Prefeitura Municipal,  já que entendia o trabalho como sagrado e que ajudar às pessoas era uma missão. 

Mas, um espírito nobre como Dito não se contentaria apenas com o trabalho. Na verdade, além da profissão, participou também de muitas outras atividades voluntárias e importantes. Foi ativista político de destaque e, embora nunca tenha sido candidato a nada, sempre foi um brilhante articulador político e esteve ao lado de muitos candidatos a vereador, prefeito e outros cargos disputados. Era comum se ser consultado sobre alianças, projetos, temas de campanhas, estratégias políticas, recebendo o apelido de “conselheiro”. 

Esteve também junto à Associação Atlética Socorrense, sendo diretor, conselheiro, presidente e abnegado pelas cores do “Esquadrão de Aço”. Participou ativamente da construção da nova sede, junto ao amigo Nego Bonetti. Esteve junto também com igrejas, associações, ONG, enfim, onde era necessário, estava junto. 

Era músico, um saxofonista respeitado, atuando tanto na igreja, quanto na Banda Santa Cecília, aliás sendo mais que músico, mas secretário e tesoureiro da centenária instituição. Falando em música e igreja, era adventista, fazendo parte da Igreja Adventista Central, sendo um de seus membros mais ativos e envolvido em muitas causas sociais. 

Sua fé era admirável e contagiava as pessoas, sendo muitas vezes confidentes de pastores e membros da Igreja. Com este espírito, era amigo dos animais, tendo em sua casa muitos animais e adotando, muitas vezes, os que surgiam das ruas e precisavam de carinho, já que entendia o trabalho como sagrado e que ajudar às pessoas era uma missão. Mas, um espírito nobre como Dito não se contentaria apenas com o trabalho. Na verdade, além da profissão, participou e proteção. 

Essa vida, cheia de atributos e missões, sempre foi acompanhada por Lourdes Baldi de Souza, sua amada esposa e por quem se dedicava inteiramente. Se casaram em 5 de setembro de 1987 e, por 34 anos, formaram um casal que construiu muitos amigos e, embora não tenham filhos, adotaram os sobrinhos, amigos e conhecidos como seus próprios filhos. Era uma paz ver como se tratavam e o carinho que compartilhavam. 

Se a vida é uma chama que queima e aquece, um dia ela se esvai. Esse dia chegou para o Dito, numa tarde fria do dia 2 de agosto de 2021. Acometido por uma doença que lhe sangrou as resistências, deixou esta vida para encontrar-se com o Pai Eterno, recebendo, com certeza, a recompensa por uma vida íntegra e de dicada aos ensinamentos de Cristo. 

Hoje, ainda se sente sua falta, mas a saudade já conforta todos aqueles que não se esquecem deste grande amigo. 

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